Em um cenário onde muitas corporações norte-americanas estão restringindo ou encerrando suas iniciativas de diversidade, equidade e inclusão (DEI), empresas brasileiras estão adotando uma abordagem contrária. Apesar das pressões externas, elas estão ampliando as oportunidades para grupos historicamente marginalizados, como mulheres, negros, indígenas, pessoas com deficiência e a comunidade LGBTQIAPN+.
A mudança de postura ocorre em um contexto de crescente debate sobre a importância das ações afirmativas. Especialistas afirmam que programas de diversidade eficazes vão além da mera contratação, incluindo planos de carreira, mentoria e políticas internas que assegurem o avanço profissional desses grupos. Segundo Natália Paiva, diretora do Movimento pela Equidade Racial (Mover), a inclusão deve garantir que esses profissionais ocupem posições de liderança e influenciem decisões estratégicas dentro das organizações.
Neiva Alves, da consultoria Carreira Preta, ressalta que, apesar da resistência de algumas multinacionais, há avanços significativos no Brasil. A presença de profissionais negros em cargos de liderança não apenas traz representatividade, mas também inspira outros a buscarem espaços antes considerados inacessíveis. A pesquisadora Juh Círico, da Universidade de São Paulo (USP), complementa que é fundamental garantir condições para que esses profissionais permaneçam e avancem na hierarquia corporativa, promovendo assim a reparação social e a inclusão no mercado de trabalho.
Um exemplo de sucesso é Bianca Bastos, de 27 anos, que se tornou coordenadora na Heineken graças a programas de diversidade. Formada em psicologia por meio de iniciativas como o Prouni e o Fies, ela exemplifica como ações afirmativas podem transformar vidas e contribuir para um ambiente corporativo mais inclusivo e representativo.