Em julho de 2023, a empresária Iracema Correia São Tiago apresentou documentos ao Instituto do Desenvolvimento Agrário do Ceará (Idace) para reivindicar a posse de 80% das terras da Vila de Jericoacoara, um dos principais destinos turísticos do Ceará. A análise dos documentos enfrenta atrasos devido à dificuldade de manuseio de registros antigos, o que tem gerado um impasse na situação legal da área.
O caso, que já dura dois anos, envolveu um acordo extrajudicial que previa a transferência de terrenos não ocupados da vila para Iracema, mas o acordo foi suspenso há oito meses. Atualmente, duas investigações estão em andamento para analisar a cadeia dominial do imóvel, que abrange 73,5 hectares dentro da vila, correspondendo a 83% da área total de 88,2 hectares.
A Procuradoria-Geral do Estado do Ceará (PGE-CE) e o Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) estão à frente das investigações, que buscam esclarecer a legitimidade da posse e o histórico do terreno. A PGE-CE informou que a demora na perícia se deve às condições físicas dos documentos, muitos dos quais são praticamente ilegíveis. Técnicos do Incra estão em busca de versões digitais para acelerar o processo de análise.
Enquanto isso, a defesa de Iracema denuncia que ocupações irregulares têm ocorrido na vila, aumentando a tensão entre moradores e empresários locais. O caso ganhou repercussão nacional, com protestos surgindo a partir de outubro de 2024, à medida que a comunidade se mobiliza contra a reivindicação da empresária.