Após 19 dias de inação, a empresa Ouro Verde firmou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para remediar os danos ambientais causados por um desmoronamento de lixo em Padre Bernardo, Goiás, ocorrido em 18 de junho. O incidente resultou na contaminação do córrego Santa Bárbara e do Rio do Sal, afetando diretamente a população local que depende da água para agricultura e consumo.
A assinatura do TAC foi realizada durante uma reunião do gabinete de crise, que contou com a participação de diversos órgãos, incluindo a Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), ICMBio, Corpo de Bombeiros e Ministério Público Federal. A secretária de Estado do Meio Ambiente, Andréa Vulcanis, destacou que a omissão da empresa levou o governo a assumir temporariamente a coordenação das ações emergenciais.
Vulcanis enfatizou que a responsabilidade pela operação irregular do lixão recai sobre a Ouro Verde, que deve arcar com as consequências ambientais e sociais do acidente. A advogada da empresa, Ana Carolina Malafaia, informou que até 9 de julho serão apresentados documentos detalhando o cronograma de ações e as iniciativas de remediação em andamento.
Além do TAC, a Semad aplicou uma multa de R$ 37,5 milhões à Ouro Verde devido ao desmoronamento de mais de 42 mil metros cúbicos de resíduos. A secretária classificou o desastre como um dos maiores já enfrentados em Goiás, comparando-o ao acidente com o césio-137 em 1987, devido à gravidade da contaminação e seus impactos na saúde pública e no meio ambiente.