A Embraer (EMBR3) enfrenta sérias consequências após a imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Na manhã desta quinta-feira (10), as ações da fabricante de aeronaves caíram mais de 8%, refletindo a preocupação do mercado com a dependência da empresa do mercado americano, que representa cerca de 60% de suas vendas.
Os analistas apontam dois cenários preocupantes: o aumento dos custos de produção e a possível diminuição da demanda por aeronaves comerciais. A Embraer produz uma parte significativa de seus jatos executivos na Flórida, onde até 60% dos componentes dos modelos Praetor são brasileiros. A XP Investimentos estima que a tributação adicional pode impactar os lucros da empresa em até US$ 95 milhões para cada 10 pontos percentuais de tarifa.
Além disso, a carteira de pedidos da Embraer inclui 336 pedidos firmes de jatos comerciais, dos quais 181 são de operadoras dos EUA. Com o aumento dos preços devido às tarifas, há receios de que as companhias aéreas americanas reduzam a quantidade de novos contratos com a fabricante brasileira. Especialistas acreditam que a tarifa pode ser uma estratégia de negociação e não deve ser mantida a longo prazo, uma vez que a Embraer possui um monopólio em um nicho específico de mercado.
Embora a Embraer dependa do mercado americano, a falta de alternativas viáveis para as companhias aéreas pode garantir a continuidade das vendas. Modelos concorrentes, como o A220 da Airbus, não atendem às mesmas especificações que os jatos E1 da Embraer, o que limita as opções para as operadoras que precisam de aeronaves para voos regionais.