A fabricante brasileira de aeronaves Embraer (EMBR3) anunciou, na segunda-feira, um recorde histórico em sua carteira de pedidos, que atingiu US$ 29,7 bilhões ao final do segundo trimestre de 2025. Este valor representa um aumento de 40% em comparação ao mesmo período do ano anterior e de 13% em relação ao trimestre anterior, superando a expectativa do Itaú BBA, que previa US$ 28,6 bilhões. O crescimento é impulsionado por novos contratos com a SkyWest, que adquiriu 60 aeronaves E175, e a SAS, que encomendou 45 unidades do modelo E195-E2.
As ações da Embraer reagiram positivamente ao anúncio, com alta de mais de 1% no início da sessão da terça-feira (22), mas encerraram o dia em queda de 0,68%, cotadas a R$ 67,66, em meio a incertezas relacionadas a tarifas de importação dos Estados Unidos. O Itaú BBA destacou que, apesar do desempenho positivo da carteira, a possibilidade de tarifas de 50% sobre importações brasileiras pode impactar significativamente a receita da companhia, limitando o potencial de valorização das ações.
O Bradesco BBI também ressaltou que as discussões sobre tarifas continuam a ser um fator de pressão sobre o desempenho das ações da Embraer. No entanto, o banco avaliou positivamente as entregas e a carteira de pedidos, com um índice de pedidos sobre vendas (book-to-bill) de 1,8 vez nos últimos 12 meses. A divisão de aviação comercial, que alcançou US$ 13,1 bilhões em pedidos, foi a principal responsável pelo crescimento, refletindo um aumento de 31% em relação ao trimestre anterior.
Além disso, a Embraer entregou 25% da projeção anual de jatos executivos no trimestre, superando a média dos últimos cinco anos. A divisão de Defesa e Segurança também apresentou resultados positivos, com uma carteira de pedidos de US$ 4,3 bilhões, o dobro em relação ao ano anterior. A empresa se prepara para um segundo semestre desafiador, necessitando entregar 89 jatos executivos para cumprir suas metas anuais.