A Embraer (EMBR3) se destaca entre as empresas brasileiras que podem ser severamente afetadas pelas tarifas gerais de 50% anunciadas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, na última quarta-feira. Com cerca de 60% de sua receita proveniente de exportações para os Estados Unidos, a fabricante de aeronaves já vinha enfrentando incertezas devido às ameaças de tarifas. Nos últimos 12 meses, suas ações acumularam alta superior a 100%, mas a nova medida pode reverter esse cenário.
Analistas da XP Investimentos alertam que a divisão Executiva da Embraer, que monta jatos executivos na Flórida, pode sofrer um impacto significativo. A empresa é responsável pela sobretaxa quando os jatos são enviados do Brasil para os EUA, o que pode resultar em um custo adicional de até US$ 95 milhões para cada aumento de 10 pontos percentuais na tarifa, impactando em até 60% suas estimativas de lucro para 2026.
Além disso, o segmento comercial da Embraer também pode ser afetado, já que as companhias aéreas que utilizam seus E1s podem adiar entregas para evitar as tarifas. O Bradesco BBI estima que o impacto no EBIT de 2025 pode chegar a US$ 220 milhões, representando cerca de 35% do total previsto para o ano, caso as tarifas entrem em vigor conforme anunciado.
Embora a XP veja a situação como uma possível barganha, a preocupação dos investidores permanece alta, dado o potencial impacto negativo das tarifas sobre os lucros da Embraer. A incerteza continua, e a empresa permanece sob vigilância do mercado enquanto as negociações e decisões políticas se desenrolam.