A Embraer (EMBR3) foi identificada como a companhia mais impactada pela nova tarifa de 50% imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre produtos brasileiros. Com 60% de suas vendas direcionadas ao mercado americano, a fabricante de aeronaves enfrenta riscos significativos devido a essa medida, especialmente na aviação comercial, onde seus produtos não possuem substitutos diretos nos EUA.
Nesta quinta-feira (10), as ações da Embraer abriram com uma queda acentuada, chegando a perder mais de 8% no início do pregão. Ao longo do dia, as perdas foram amenizadas, com a queda se estabilizando em cerca de 3% na tarde. Apesar da volatilidade, analistas apontam que a reação inicial do mercado pode ter sido exagerada, considerando que a empresa já opera com plantas de produção nos Estados Unidos, o que pode isentá-la da tarifa, conforme mencionado na carta de Trump.
Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, destacou que as companhias aéreas americanas que adquiriram jatos da Embraer também seriam prejudicadas pela tarifa, o que poderia gerar pressão para que a fabricante fosse excluída dessa imposição. Atualmente, a Embraer possui 383 aeronaves encomendadas por empresas dos EUA, e a capacidade de produção da Boeing e Airbus está comprometida até 2030, o que limita a possibilidade de realocação dessas encomendas.
O banco Morgan Stanley avaliou que a queda das ações representa uma oportunidade de compra, mesmo reconhecendo o impacto negativo da tarifa nas operações da Embraer. A análise sugere que a situação pode não ser tão prejudicial quanto parece, uma vez que a fabricante é um dos poucos produtores globais no setor aeronáutico, e sua exclusão do mercado americano poderia comprometer a operação de diversas companhias aéreas nos Estados Unidos.