Francisco Gomes Neto, CEO da Embraer, afirmou que a fabricante gera 2.500 empregos diretos e 10.000 indiretos nos Estados Unidos, durante entrevista ao jornal Valor Econômico, publicada na última segunda-feira (2). A declaração ocorre em um momento crítico, pois a empresa enfrenta a iminente implementação de uma tarifa de 50% sobre suas aeronaves, que entrará em vigor em 1º de agosto de 2025.
Gomes Neto tem se reunido com autoridades norte-americanas, incluindo secretários de Comércio, Tesouro e Transportes, para discutir a relevância da Embraer no mercado americano. Ele destacou que a empresa domina mais de 80% da aviação regional nos EUA, transportando mensalmente cerca de 5 milhões de passageiros. A Embraer planeja investir US$ 21 bilhões em equipamentos norte-americanos nos próximos cinco anos, o que geraria um superávit de US$ 8 bilhões para o país.
O executivo expressou surpresa com o aumento da tarifa, que passou de 10% para 50%, afirmando que a empresa buscava a redução para zero, como era desde 1979. Gomes Neto ressaltou que a nova alíquota tornaria inviável a renovação da frota de jatos regionais, que são os únicos aprovados para operar nesse segmento. Ele também mencionou a possibilidade de instalar uma fábrica nos EUA, caso haja compras governamentais, criando mais 2.000 empregos.
Além disso, Gomes Neto recebeu apoio de clientes como a American Airlines e destacou a atuação do vice-presidente Geraldo Alckmin em busca de uma solução diplomática para a questão tarifária. "Virei CTO (Chief Tariff Officer)", brincou o CEO, referindo-se à sua agenda focada nas negociações sobre tarifas.