O embaixador André Chermont, cônsul-geral do Brasil em Tóquio, confirmou nesta segunda-feira (21) que Filipe Martins, ex-assessor para Assuntos Internacionais do ex-presidente Jair Bolsonaro, não embarcou no avião presidencial rumo aos Estados Unidos em 30 de dezembro de 2022. A declaração foi feita durante seu depoimento no Supremo Tribunal Federal (STF), onde Martins é réu por tentativa de golpe de Estado.
Chermont afirmou que Martins "não constou da lista final" de passageiros e que não havia expectativa de que ele embarcasse. O ex-assessor é acusado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de integrar um esquema golpista que visava manter Bolsonaro no poder após a derrota nas eleições de 2022. Martins é considerado parte do núcleo 2 do complô, que teria elaborado uma minuta de decreto golpista.
Em fevereiro de 2024, Martins foi preso preventivamente após a Polícia Federal (PF) indicar risco de fuga. Ele ficou detido por mais de seis meses, sendo liberado em agosto de 2024 sob medidas cautelares. A defesa de Martins contesta as acusações e alega irregularidades na obtenção de provas, incluindo um suposto registro de entrada nos EUA, que, segundo eles, seria forjado. O caso continua a gerar controvérsias entre os apoiadores de Bolsonaro, que questionam a condução do processo judicial.