O embaixador André Corrêa do Lago, designado presidente da 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), que ocorrerá em novembro em Belém, Pará, destacou em entrevista a correspondentes estrangeiros a preocupação do governo brasileiro com os preços exorbitantes cobrados por hotéis na cidade. Segundo ele, os valores estão até 10 vezes acima do normal, o que pode levar à desistência de países em participar do evento.
Corrêa do Lago reconheceu que aumentos de preços são comuns durante as COPs, mas enfatizou que a situação em Belém é particularmente alarmante, caracterizando-a como um movimento extorsivo. Ele mencionou que países em desenvolvimento expressaram revolta e dificuldade em comparecer ao evento devido aos custos abusivos, o que pode comprometer a representatividade da conferência.
O embaixador também ressaltou a importância da COP30 no contexto das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDC) até 2035, afirmando que a cúpula deve ser um marco para a implementação de soluções e tecnologias sustentáveis. Além disso, ele destacou a necessidade de recursos para a transição energética e a participação do setor de óleo e gás nas discussões, com o compromisso de descarbonização das atividades.
Roberto Ardenghy, presidente do Instituto Brasileiro do Petróleo e Gás (IBP), reforçou a importância de incluir o setor nas negociações, ressaltando que a transição energética não deve aumentar a pobreza energética e que os combustíveis fósseis ainda desempenham um papel crucial em várias economias. A COP30, portanto, se apresenta como um espaço vital para discutir o futuro energético do mundo.