Neste domingo, o Japão realiza eleições nacionais que podem determinar o futuro do primeiro-ministro Shigeru Ishiba e suas negociações comerciais com os Estados Unidos. O Partido Liberal Democrata, liderado por Ishiba, perdeu a maioria na Câmara Baixa do Parlamento em novembro e pesquisas indicam um cenário semelhante para a Câmara Alta, o que poderia resultar na saída do premiê impopular.
O Japão enfrenta um prazo crítico até 1º de agosto, quando o presidente Donald Trump exige medidas para evitar tarifas de 25% sobre cerca de US$ 150 bilhões em exportações anuais. A instabilidade política decorrente de uma possível derrota de Ishiba pode impactar negativamente os mercados de títulos e a moeda japonesa, o iene, em um momento em que a dívida do governo ultrapassa 200% do PIB.
Os eleitores também estão reagindo ao aumento da inflação, que supera 3% ao ano, afetando o poder de compra da população idosa. Além disso, escândalos de corrupção que atingiram o Partido Liberal Democrata no ano passado têm gerado descontentamento entre os cidadãos. Uma vitória de Ishiba poderia facilitar concessões comerciais aos EUA, como a redução de restrições sobre importações de automóveis e a abertura do mercado de arroz, essenciais para evitar perdas nas indústrias exportadoras japonesas.
Caso Ishiba não consiga manter sua maioria, a incerteza política poderá aumentar, uma vez que nenhum partido de oposição se mostra forte o suficiente para assumir o comando. O resultado das eleições não apenas moldará o futuro político do Japão, mas também terá repercussões significativas nas relações comerciais com os Estados Unidos.