Neste domingo, 20 de outubro, as eleições para a Câmara Alta do Japão resultaram na perda da coalizão governista, composta pelos partidos PLD e Komeiko, que não conseguiu garantir a maioria necessária para manter o controle do governo. O partido de extrema-direita, Japão em Primeiro Lugar, conquistou 14 assentos, marcando um aumento significativo em relação ao único assento que detinha anteriormente.
O sistema parlamentar japonês permite que os parlamentares elejam o primeiro-ministro, e a atual situação coloca o governo do Primeiro-Ministro Shigeru Ishiba em uma posição delicada, uma vez que ele não representa a maioria da Casa. Apesar disso, Ishiba declarou sua intenção de permanecer no cargo, ressaltando a importância das negociações tarifárias com os Estados Unidos, que podem ser impactadas pela nova configuração política.
Na disputa, foram oferecidas 248 cadeiras, das quais a base governista conquistou apenas 47. A ascensão do partido Sanseito, liderado por Sohei Kamiya, que se autodenomina “Trump Japonês”, reflete um descontentamento popular com a estagnação econômica e a política de imigração do governo atual. Kamiya promete um controle mais rígido sobre as fronteiras e critica a antiga coalizão por permitir a crise econômica.
A situação política no Japão pode se agravar, uma vez que, em um governo parlamentar, é comum que primeiros-ministros renunciem quando seus partidos perdem a maioria. Caso Ishiba permaneça no cargo, ele poderá enfrentar um voto de desconfiança, o que geraria uma crise política significativa.