O economista Mohamed El-Erian defendeu, nesta terça-feira (22), a renúncia imediata de Jerome Powell da presidência do Federal Reserve (Fed) para preservar a independência da instituição em meio a críticas do ex-presidente Donald Trump. Em entrevista à CNN, El-Erian afirmou que a saída de Powell reduziria o risco de os ataques se tornarem uma ameaça existencial ao Fed, reiterando um posicionamento anterior publicado na rede social X.
El-Erian, ex-CEO da gestora Pimco e atual presidente do Queens’ College da Universidade de Cambridge, classificou Powell como um "pato manco" e argumentou que sua permanência apenas prolongaria o desgaste institucional. Ele destacou que possíveis sucessores de Powell são respeitados e que, apesar da volatilidade no curto prazo, o impacto de uma mudança na liderança seria menor do que os embates públicos com Trump.
Trump, que criticou Powell por manter as taxas de juros elevadas, referiu-se a ele como um "idiota" e sugeriu que não pretende demiti-lo, embora a pressão sobre o Fed tenha aumentado, especialmente em relação a supostas irregularidades em uma reforma no prédio da instituição. Enquanto isso, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, elogiou Powell como um "bom servidor público" e disse que cabe a ele decidir sobre sua permanência.
A opinião de El-Erian não é consensual; Alan Blinder, ex-vice-presidente do Fed, criticou a ideia de renúncia, afirmando que isso seria ceder ao bullying. Powell, que foi nomeado por Trump em 2017, já declarou que não pretende deixar o cargo antes do fim de seu mandato, que termina em maio de 2026.