O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) desconsiderou apelos de aliados e intensificou sua retórica contra senadores que tentam mitigar os impactos das tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos ao Brasil, em uma ação anunciada pelo presidente Donald Trump. O confronto ocorreu nesta quarta-feira (24), em meio a um cenário de crescente tensão política e diplomática.
Além de criticar os senadores, Eduardo Bolsonaro atacou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, por sua aliança com o Movimento Brasil Livre (MBL), grupo que tem sido crítico à família Bolsonaro. A postura do deputado ocorre em um momento em que a ordem no Palácio dos Bandeirantes é não reagir às provocações, evidenciando a divisão interna entre os aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Eduardo revelou, em reunião com autoridades americanas, sua participação nas discussões que precederam a imposição das tarifas, o que acentuou sua posição no centro de uma crise política. A insistência em defender Trump, mesmo diante da percepção de interferência nas decisões econômicas brasileiras, gerou um raro consenso entre o governo Lula e líderes do Congresso, que veem as ações do presidente americano como uma ameaça à soberania nacional.
Uma pesquisa recente da Quaest indicou que 84% dos entrevistados acreditam que governo e oposição deveriam se unir em defesa do país, enquanto 72% consideram errada a taxação imposta por Trump. A situação coloca Eduardo Bolsonaro em uma posição delicada, onde sua defesa do ex-presidente americano pode comprometer sua sobrevivência política e a de seu pai.