A atuação do deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) contra o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), após a imposição de tarifas de 50% pelos Estados Unidos, intensificou o mal-estar dentro do Partido Liberal (PL) e acendeu alertas entre aliados do bolsonarismo. Segundo informações da Folha de S. Paulo, membros da legenda afirmam que Eduardo está "fora de controle" e age impulsionado por uma obsessão por uma candidatura presidencial em 2026.
Dirigentes do PL avaliam que Eduardo ignorou conselhos políticos e tem se comportado de maneira descoordenada, até mesmo em relação ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Fontes do partido relataram que o deputado tem tomado decisões de forma autônoma, o que gerou constrangimento na família, incluindo o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que busca uma postura mais pragmática. A escalada de ataques de Eduardo a Tarcísio, que buscou diálogo com diplomatas americanos após o aumento das tarifas, é vista como uma tentativa de enfraquecer um potencial rival na corrida presidencial.
A pressão de Eduardo por um protagonismo antecipado contraria conselhos de esperar por uma oportunidade mais favorável para sua candidatura. Sua tentativa de boicotar negociações diplomáticas com os EUA, exigindo que qualquer conversa passasse por ele ou por aliados, como o comentarista Paulo Figueiredo, simboliza essa postura. Essa atitude também resultou em um isolamento político crescente, com deputados da base, governadores aliados e setores do núcleo bolsonarista questionando os impactos negativos da confrontação com o governo americano, que já causou perdas significativas para exportadores brasileiros.
Diante da situação, o ex-presidente Jair Bolsonaro teve que intervir para acalmar os ânimos, defendendo a postura institucional de Tarcísio e ressaltando a importância do diálogo com os Estados Unidos.