O deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) declarou nesta sexta-feira (11) que qualquer tentativa de reverter a tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros deve estar condicionada a uma "anistia ampla, geral e irrestrita". A afirmação foi feita em uma postagem no X (antigo Twitter) e intensifica a pressão do bolsonarismo sobre o Supremo Tribunal Federal (STF).
A declaração surge após a reunião do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), com Gabriel Escobar, chefe da missão diplomática americana no Brasil. Tarcísio busca se posicionar como um interlocutor viável junto aos EUA, especialmente em um momento em que o ex-presidente Donald Trump se recusa a dialogar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Eduardo Bolsonaro criticou a sobretaxa, referindo-se a ela como "Tarifa-Moraes", em alusão ao ministro Alexandre de Moraes, e afirmou que a revogação das tarifas sem atender às exigências de Trump seria um "acordo caracu", prejudicial ao Brasil. Enquanto isso, Tarcísio defendeu a busca por soluções técnicas e diálogo com o setor produtivo, em contraste com a radicalização do discurso bolsonarista, que pode afastar investidores.
A declaração de Eduardo ocorre no mesmo dia em que Trump reiterou que não pretende conversar com Lula "por enquanto", mas deixou a porta aberta para um diálogo futuro. A situação revela as tensões políticas e econômicas que cercam as relações Brasil-EUA neste momento.