O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) está articulando a possibilidade de assumir um cargo de secretário estadual para garantir a manutenção de seu mandato, mesmo após a licença de 120 dias obtida devido à sua mudança para os Estados Unidos. Aliados do parlamentar discutem essa estratégia, que permitiria a continuidade de seu mandato sem a necessidade de retorno imediato ao Brasil.
De acordo com o Regimento Interno da Câmara dos Deputados, parlamentares podem se licenciar para assumir funções no Executivo, como a de secretário estadual, sem perder o mandato. No entanto, se o afastamento ultrapassar 120 dias, um suplente deve ser convocado para ocupar a vaga. O pedido de licença deve ser formalizado e autorizado pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).
A proposta de Eduardo Bolsonaro chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF), onde gerou surpresa entre os ministros. Fontes indicam que a consulta foi feita para uma vaga no governo do Rio de Janeiro, mas a medida foi criticada por alguns membros da Corte, que a consideraram uma tentativa de proteção a um parlamentar sob investigação. Eduardo é alvo de um inquérito por suspeita de coação, relacionado a possíveis articulações para sanções dos Estados Unidos contra o Brasil.
Aliados de Eduardo foram alertados sobre os riscos de sua nomeação, lembrando o caso do ex-ministro Anderson Torres, que foi preso após sua nomeação como secretário de Segurança Pública do Distrito Federal. A situação levanta preocupações sobre as implicações legais e políticas de uma possível nomeação de Eduardo Bolsonaro em um cargo no Executivo estadual.