O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) afirmou que os presidentes da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil), estão sob a mira do governo dos Estados Unidos para possíveis sanções. A declaração foi feita durante uma entrevista ao programa Oeste com Elas, transmitido no YouTube na última sexta-feira (25). Segundo o parlamentar, as sanções poderiam incluir a suspensão de vistos e a aplicação da Lei Magnitsky, que permite punições a estrangeiros acusados de corrupção e violações de direitos humanos.
Eduardo Bolsonaro relacionou a possibilidade de sanções à falta de progresso em propostas defendidas por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, como a anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro e o impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes. O deputado afirmou que já está enviando mensagens a Motta e Alcolumbre, alertando que ambos podem evitar punições se apoiarem as pautas em questão.
As declarações de Eduardo geraram reações diversas no Congresso. A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), classificou as falas como um ataque à soberania nacional, enquanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cobrou ações da Câmara em resposta ao episódio. A situação provocou divisões entre parlamentares bolsonaristas, com alguns defendendo as ameaças de sanções e outros expressando preocupação sobre os impactos nas articulações políticas.
Durante a entrevista, Eduardo também criticou outros membros da direita, como o deputado Nikolas Ferreira (PL) e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), por suas posturas em relação ao bolsonarismo. Ele ainda insinuou que o ex-presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), teria perdido o visto americano por não pautar pedidos de impeachment contra ministros do STF, sugerindo que Alcolumbre e Motta estão em uma situação semelhante, mas ainda não enfrentam as mesmas consequências.