Um grupo de editoras independentes apresentou uma queixa antitruste à União Europeia contra o Google, alegando abuso de poder de mercado em suas práticas de pesquisa online. O documento, datado de 30 de junho e obtido pela Reuters, destaca que as visões gerais de inteligência artificial (IA) do Google, que aparecem no topo dos resultados de busca, utilizam conteúdo das editoras sem a devida autorização, resultando em perdas significativas de tráfego e receita para essas empresas.
As visões gerais de IA do Google, que foram introduzidas em maio de 2023, exibem resumos gerados a partir de material de editoras em mais de 100 países. Segundo a reclamação, essa prática prejudica o conteúdo original, uma vez que os editores não têm a opção de excluir seu material do treinamento do modelo de IA sem comprometer sua visibilidade nas buscas. A Autoridade de Concorrência e Mercados do Reino Unido confirmou o recebimento da queixa, enquanto a Comissão Europeia não se pronunciou sobre o caso.
O Google, por sua vez, defendeu suas práticas, afirmando que gera bilhões de cliques para sites diariamente e que as novas experiências de IA criam oportunidades para a descoberta de conteúdo. No entanto, a Independent Publishers Alliance, que representa as editoras, juntamente com outras organizações, argumenta que uma medida provisória é necessária para evitar danos irreparáveis à concorrência e ao acesso à informação. A situação atual, segundo a codiretora executiva da Foxglove, Rosa Curling, coloca jornalistas e editores em uma posição crítica, ameaçando a viabilidade das notícias independentes.