O novo presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Edinho Silva, eleito em julho, afirmou que "o Brasil não é um puxadinho dos Estados Unidos" e destacou a importância de fortalecer laços comerciais com outros países em meio à guerra comercial com o presidente americano Donald Trump. Em declarações feitas nesta quarta-feira, 16, Edinho enfatizou a necessidade de formar blocos comerciais que defendam a democracia, a fim de evitar a normalização das práticas do governo Trump.
Edinho, que também foi prefeito de Araraquara, criticou as ações de Trump, classificando-as como uma tentativa de instigar uma "Terceira Guerra Mundial" através de medidas econômicas. O novo presidente do PT delineou as prioridades do partido, que incluem reforma política eleitoral, fortalecimento dos partidos, financiamento do Sistema Único de Saúde (SUS), mudanças climáticas, e segurança pública, com ênfase especial neste último tema, considerando-o urgente para a sociedade.
A eleição interna do PT, conhecida como Processo de Eleição Direta (PED), foi a maior da história do partido, com cerca de 550 mil votos de filiados. Edinho Silva obteve 378 mil votos, representando 73,1% do total, enquanto seus concorrentes, como Romênio Pereira e Rui Falcão, somaram 11,4% e 11,2%, respectivamente. A tendência predominante, Construindo um Novo Brasil (CNB), reafirmou seu compromisso em "derrotar a extrema direita".
O PT realizará um segundo turno de votações no dia 27 deste mês para definir a presidência de diretórios em vários estados. No entanto, o processo eleitoral não foi isento de controvérsias, com denúncias de irregularidades, como votos de falecidos na Bahia e acusações de filiações em massa. O senador Humberto Costa, presidente em exercício do PT, minimizou as acusações, afirmando que disputas políticas frequentemente geram controvérsias e que o processo deve ser aprimorado para garantir a participação de todos.