O mercado financeiro brasileiro começa a revisar suas projeções para a taxa Selic, com economistas já sugerindo a possibilidade de cortes antes do final de 2025. A reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que se inicia nesta terça-feira, 30, não deve incluir sinalizações de redução, mas os recentes indicadores econômicos apontam para um ambiente mais propício à flexibilização monetária a curto prazo.
A inflação tem mostrado sinais de recuo, com o Boletim Focus do Banco Central registrando a nona queda consecutiva nas projeções para o IPCA. Dados recentes indicam uma desaceleração no crescimento econômico, reforçando a expectativa de que a Selic, atualmente em 15%, possa começar a ser reduzida, embora permaneça nesse patamar nesta semana. Este nível é considerado elevado em comparação à inflação projetada de cerca de 5%.
Fatores como a queda do dólar e a desaceleração econômica contribuem para a possibilidade de cortes antecipados na Selic. Entretanto, o cenário permanece incerto, especialmente devido à ameaça do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, de impor tarifas de 50% sobre exportações brasileiras, o que poderia impactar o câmbio e a inflação. Apesar disso, alguns analistas acreditam que essa medida pode, a curto prazo, aliviar a inflação interna ao aumentar a oferta de produtos não exportados.
Os dados do IPCA-15 de julho, divulgados pelo IBGE, corroboram essa tendência, com o grupo de alimentação apresentando a segunda deflação mensal consecutiva. Embora o nível geral de preços continue elevado, a projeção do IPCA para o final de 2025 caiu para 5,09%, uma leve redução em relação à semana anterior. Com a expectativa de um crescimento econômico mais lento e inflação em desaceleração, cresce a possibilidade de que o Banco Central inicie cortes na taxa Selic antes do previsto, visando estimular a economia.