O governo brasileiro enfrenta um prazo crítico até 1º de agosto, quando o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deve impor tarifas de 50% sobre todos os produtos exportados pelo Brasil. A situação gerou apreensão entre economistas que participaram de debates na Expert XP 2025, onde destacaram o risco de isolamento geopolítico do país, apesar de um impacto econômico considerado moderado.
Solange Srour, head de macroeconomia do UBS Global Wealthy Management, afirmou que o "melhor cenário" seria a manutenção das tarifas em 50%, uma vez que a reversão é considerada difícil. Segundo ela, a negociação está estagnada e o Brasil se encontra em uma posição desfavorável em um cenário geopolítico em transformação. Srour também alertou para o risco de retaliações, mesmo que não tarifárias, que poderiam agravar a situação econômica do país.
Pedro Jobim, economista da Legacy Capital, corroborou a análise de Srour, enfatizando que as tarifas não são motivadas por questões econômicas, mas sim por percepções políticas sobre a situação institucional do Brasil. Ele destacou a dificuldade de estabelecer um canal de comunicação efetivo com o governo americano, o que pode resultar em consequências negativas a curto prazo.
Carlos Woelz, da Kapitalo Investimentos, e Rodrigo Azevedo, da Ibiúna Investimentos, também abordaram a questão, enfatizando que o impacto político das tarifas pode ser mais significativo do que o econômico. Azevedo recomendou um portfólio conservador para investidores, dada a expectativa de volatilidade nos mercados devido à crise atual.