O economista André Perfeito, de 47 anos, expressou sua opinião sobre as tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmando que essas medidas "não têm sentido econômico". Em entrevista ao Poder360, Perfeito destacou que o tarifaço não conseguirá gerar os empregos industriais prometidos, pois muitos desses postos de trabalho não retornarão aos EUA. Ele caracterizou a situação como um "nó retórico" que compromete a promessa de Trump de "Make America Great Again".
Perfeito também comentou sobre a construção de um setor industrial, que segundo ele, é um "processo de longo prazo". Além disso, ele avaliou que as tarifas estão sendo utilizadas como uma "barganha" nas relações comerciais, o que gera incertezas entre os empresários sobre a permanência dessas taxas. Em abril, os EUA anunciaram uma tarifa recíproca de 10% contra o Brasil, resultando em um déficit comercial de US$ 283,3 milhões para o país sul-americano em 2024, conforme dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
O economista ainda analisou a valorização do real em relação ao dólar, que teve uma queda de mais de 12% no primeiro semestre de 2025. Ele ressaltou que a força do real não é uma questão de valorização da moeda brasileira, mas sim da fraqueza do dólar, que está diretamente ligada à política econômica de Trump. Para que o plano do presidente americano funcione, segundo Perfeito, é necessário que o dólar permaneça fraco, o que torna as tarifas ineficazes se não houver uma correlação favorável entre as moedas.