O economista Tiago Sbardelotto, da XP, avaliou o último Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias do governo federal, divulgado na terça-feira (22), e apontou uma "visão menos realista" em comparação a períodos anteriores. Durante o programa Morning Call da XP, nesta quarta-feira (23), Sbardelotto destacou a inclusão de receitas incertas, como o leilão de áreas de petróleo, que o governo estima em R$ 15 bilhões, mas que depende de diversas etapas formais para sua realização até 2025.
Sbardelotto afirmou que a receita do leilão é improvável de se concretizar ainda este ano e, mesmo que ocorra, é questionável se atingirá o valor previsto. Ele criticou a premissa otimista do governo, que permitiu a liberação de R$ 20,7 bilhões anteriormente contingenciados, revertendo cortes feitos em maio. O economista também observou que as despesas, especialmente com benefícios previdenciários, estão crescendo acima da inflação, o que pode pressionar as contas públicas.
O especialista concluiu que a revisão das despesas foi insuficiente, evitando um bloqueio adicional, mas mantendo a contenção já estabelecida. Sbardelotto acredita que o governo está mirando o limite inferior da meta de resultado primário, o que implica um aumento de incertezas. Apesar das dificuldades, ele considera que a meta de resultado primário pode ser alcançada em 2025, devido à boa resposta da arrecadação e à execução limitada de algumas despesas.