Os riscos de recessão nos Estados Unidos estão diminuindo, mas a incerteza provocada por tarifas comerciais pode impactar o cenário econômico, segundo Cedric Chehab, economista-chefe do BMI. Durante um webinar sobre macroeconomia realizado nesta quarta-feira, Chehab destacou que o adiamento das tarifas pelo presidente Donald Trump reflete uma busca por melhores acordos comerciais, embora possa prolongar a incerteza no mercado. Ele alertou que países menores enfrentam dificuldades nas negociações devido à sua limitada capacidade de oferta.
Chehab também mencionou que a combinação de altas tarifas, inflação e um leve enfraquecimento do mercado de trabalho americano pode afetar o setor de consumo nos próximos meses. Ele identificou dois riscos adicionais para a economia dos EUA: o mercado de trabalho e o setor de habitação. O economista previu que o índice do dólar (DXY) deve oscilar entre 95 e 100 pontos, influenciado por incertezas tarifárias e críticas à política monetária do Federal Reserve.
Em relação à Europa, Chehab afirmou que a zona do euro se prepara para enfrentar os impactos tarifários previstos para o segundo trimestre de 2025, com um crescimento médio projetado de 1,4% nos próximos cinco anos. Para a China, a previsão de crescimento é de 4,5% em 2023, ligeiramente abaixo da meta de 5%. Apesar dos desafios globais, o economista vê mercados emergentes, como o Brasil, como oportunidades interessantes de investimento.