O real enfrentou forte pressão nesta segunda-feira, 28 de agosto, devido à nova política tarifária dos Estados Unidos. O dólar se valorizou globalmente após um acordo comercial entre os EUA e a União Europeia, além de negociações em andamento com a China. O Brasil, que terá tarifas de 50% sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto, parece não ser prioridade para o governo de Donald Trump.
Com uma mínima de R$ 5,5686 e máxima de R$ 5,6062, o dólar à vista fechou o dia em alta de 0,50%, cotado a R$ 5,5899, a maior taxa desde 4 de junho de 2025. O índice DXY, que mede a força do dólar contra outras moedas, subiu mais de 1%, alcançando 98,639 pontos por volta das 17h20.
O economista Rafael Prado, da GO Associados, destacou que a política tarifária dos EUA está no centro das atenções globais, o que tende a fortalecer a moeda americana e prejudicar o real. Ele observou que, apesar dos esforços do Brasil para negociar, o país tem sido deixado de lado pelas autoridades americanas.
Uma comitiva de senadores brasileiros em Washington recebeu com cautela o anúncio do acordo entre os EUA e a UE, avaliando que o acerto pode isolar ainda mais o Brasil. Além disso, fontes indicaram que os EUA estão preparando uma base legal para justificar as tarifas, o que aumenta a incerteza sobre o câmbio e as exportações brasileiras, conforme analisou Diego Costa, head de câmbio da B&T XP.