O dólar apresentou leve estabilidade durante a sessão de quarta-feira, 9 de outubro, em meio a expectativas sobre novos acordos comerciais e à divulgação de cartas do presidente dos EUA, Donald Trump, a países parceiros. A ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed), realizada em junho, não alterou o ritmo das negociações no mercado cambial, embora tenha evidenciado divisões entre os dirigentes sobre possíveis cortes de juros em 2025 devido à pressão inflacionária gerada pelas tarifas.
O índice DXY, que mede o desempenho do dólar em relação a uma cesta de seis moedas fortes, encerrou o dia com uma leve queda de 0,04%, alcançando 97,555 pontos. Às 16h50 (horário de Brasília), o dólar estava cotado a 146,30 ienes, enquanto o euro recuava para US$ 1,1724 e a libra apresentava leve alta, cotada a US$ 1,3596.
Analistas do BBH afirmam que as políticas comerciais protecionistas dos EUA continuarão a impactar negativamente o dólar, aumentando o risco de estagflação. O economista-chefe da BMI, Cedric Chehab, destacou que o adiamento das tarifas por Trump prolonga a incerteza no câmbio, prevendo que o índice DXY deve oscilar entre 95 e 100 pontos no curto prazo.
Na Europa, autoridades do Banco Central Europeu (BCE) sinalizaram a possibilidade de intensificar alertas sobre os efeitos da valorização do euro, caso a moeda única continue a se apreciar. A estrategista de câmbio do Rabobank, Jane Foley, projeta que o euro pode alcançar US$ 1,20 em um ano, embora uma correção nas altas recentes seja esperada nos próximos meses. Trump, por sua vez, atribuiu parte da fraqueza do dólar à influência do Brics, afirmando que a perda de valor da moeda é comparável à perda de uma guerra.