O dólar encerrou a segunda-feira, 28, em alta de 0,50%, cotado a R$ 5,5899, a maior taxa desde 4 de junho de 2025. A valorização da moeda americana ocorre em meio à política tarifária dos Estados Unidos, que firmou acordos comerciais com a União Europeia e está em negociações com a China, deixando o Brasil em uma posição desfavorável. A tarifa de 50% sobre produtos brasileiros entrará em vigor na próxima sexta-feira, 1º de agosto.
Com mínima a R$ 5,5686 e máxima a R$ 5,6062, o dólar à vista foi impactado pela força global da moeda americana, que subiu mais de 1% no índice DXY, que mede sua performance contra uma cesta de moedas fortes. O economista Rafael Prado, da GO Associados, destacou que a política tarifária dos EUA tem gerado um fortalecimento do dólar, enquanto o Brasil parece estar sendo deixado de lado nas negociações.
Uma comitiva de senadores brasileiros em Washington recebeu com cautela o anúncio do acordo entre os EUA e a UE, avaliando que isso pode isolar ainda mais o Brasil no cenário comercial. Além disso, informações recentes indicam que os EUA estão preparando uma base legal para justificar as tarifas sobre produtos brasileiros, mesmo diante de um superávit comercial com o Brasil. O head de câmbio da B&T XP, Diego Costa, alertou que a medida aumenta a incerteza sobre o câmbio e as exportações brasileiras.