O dólar à vista registrou uma alta significativa nesta sexta-feira, 18, encerrando o dia cotado a R$ 5,5876, um aumento de 0,73% em relação ao dia anterior. A moeda americana se aproximou do patamar de R$ 5,60 em meio a um clima de cautela entre investidores, que buscam se proteger diante de incertezas políticas. O movimento ocorre na véspera do fim de semana, após o Supremo Tribunal Federal (STF) impor medidas restritivas ao ex-presidente Jair Bolsonaro, o que gerou temores de possíveis sanções do presidente dos EUA, Donald Trump, ao Brasil.
Durante a manhã, o real chegou a se valorizar, impulsionado pela alta do petróleo e pela fraqueza do dólar no cenário internacional, com expectativas de cortes de juros pelo Federal Reserve. No entanto, a reversão dos preços do petróleo e o aumento das tensões políticas contribuíram para a escalada da moeda americana no mercado local. O dólar atingiu uma mínima de R$ 5,5240 e uma máxima de R$ 5,5980, encerrando a semana com um avanço acumulado de 0,72%.
As tensões aumentaram após o ministro Alexandre de Moraes, do STF, anunciar uma série de medidas cautelares contra Bolsonaro, incluindo uso de tornozeleira eletrônica e restrições de circulação. A Polícia Federal também está investigando possíveis articulações de Bolsonaro e seu filho, Eduardo, para que os EUA imponham sanções a autoridades brasileiras. O ex-presidente se manifestou, negando as acusações e expressando seu descontentamento com as medidas do STF.
Analistas apontam que a reação do governo Lula às ameaças de tarifas de Trump pode ter implicações eleitorais, enquanto o economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Nicolas Borsoi, sugere que sanções individuais teriam impacto limitado, mas uma ação mais abrangente poderia levar a uma depreciação acentuada do real no curto prazo. A situação permanece volátil, com o mercado atento às reações políticas e econômicas nos próximos dias.