O dólar à vista encerrou a sexta-feira, 25, cotado a R$ 5,5619, marcando uma alta de 0,76%. O aumento da moeda americana ocorre em meio à falta de diálogo entre o Brasil e os Estados Unidos sobre a iminente imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, que devem entrar em vigor em 1º de agosto. A pressão sobre o real também é intensificada pelo fortalecimento do dólar no cenário global.
O governo Trump está avaliando bases legais para justificar as tarifas, enquanto a administração de Lula já possui mais de 30 medidas de contingência em estudo, conforme apurou a Broadcast. Dados econômicos recentes, incluindo resultados do setor externo e do IPCA-15, também contribuíram para a desvalorização do real, embora esses fatores tenham tido um impacto secundário.
Durante o dia, o dólar apresentou mínima de R$ 5,5215 e máxima de R$ 5,5741. Apesar de uma queda de 0,46% na semana, a moeda americana acumula uma alta de 2,35% no mês. O especialista Marcos Weigt, do Travelex Bank, destacou que o fortalecimento do dólar se deu tanto em relação a moedas de países emergentes quanto a divisas fortes.
A situação se agravou após a Bloomberg noticiar que o governo dos EUA está preparando uma nova declaração de emergência para fundamentar a imposição das tarifas. Especialistas questionam a base legal para tal medida, uma vez que os Estados Unidos apresentam superávit comercial com o Brasil. O sistema de comércio exterior dos EUA ainda aplica uma taxa de 10% sobre produtos brasileiros, e a elevação para 50% exigiria uma ordem executiva, que, segundo fontes, está sendo elaborada.