O dólar à vista fechou a sessão desta sexta-feira, 11, cotado a R$ 5,5475, apresentando uma leve alta de 0,04% após ter se aproximado de R$ 5,60 pela manhã. Na semana, a moeda americana acumulou uma valorização de 2,26% em relação ao real. A movimentação do câmbio ocorre em meio a incertezas sobre a implementação de tarifas de 50% pelos Estados Unidos ao Brasil, previstas para entrar em vigor em 1.º de agosto.
Operadores do mercado financeiro não identificaram um fator específico que tenha contribuído para a recuperação do real, mas destacaram que a possibilidade de uma negociação entre os dois países trouxe alívio. O presidente dos EUA, Donald Trump, comentou que pode dialogar com o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva em um futuro próximo, embora tenha enfatizado que isso não ocorrerá imediatamente.
Apesar de Lula ter afirmado que haverá retaliação caso as tarifas sejam realmente aplicadas, a estratégia do governo brasileiro parece ser a de buscar um entendimento com os EUA. Especialistas apontam que a postura de Trump, que frequentemente adota uma abordagem dura inicialmente, pode abrir espaço para negociações mais favoráveis. A expectativa é de que, se as tarifas finais forem inferiores a 50%, o real possa se valorizar ainda mais, com projeções que indicam um possível recuo do dólar para R$ 5,30.
No cenário internacional, o Dollar Index (DXY) subiu cerca de 0,20% ao longo do dia, refletindo uma maior aversão ao risco nos mercados globais, especialmente após o anúncio de tarifas pesadas por Trump a diversos parceiros comerciais. A Comissão Europeia também se mostrou disposta a negociar, mas sem reuniões agendadas para o fim de semana, o que mantém a volatilidade nas cotações do dólar e do real.