O dólar fechou a sessão desta quinta-feira, 17, cotado a R$ 5,5472, apresentando uma queda de 0,26% após um período de instabilidade. Durante a manhã, a moeda americana chegou a ultrapassar R$ 5,60, acompanhando o fortalecimento do dólar no mercado internacional. A movimentação foi influenciada pela falta de gatilhos para variações mais significativas na taxa de câmbio, após uma alta de mais de 2% desde o início do mês.
Os operadores destacam que a redução nas cotações do dólar ao longo da tarde foi impulsionada por ajustes em um ambiente de liquidez reduzida, além da melhora do apetite ao risco, refletida nas altas das bolsas de Nova York e na recuperação do Ibovespa. O volume financeiro do contrato futuro de dólar para agosto foi considerado fraco, abaixo de US$ 10 bilhões.
A decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF, de restabelecer o decreto que aumenta as alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) não teve impacto significativo nas negociações. Para o economista-chefe do Integral Group, Daniel Miraglia, a taxa de câmbio atual reflete a expectativa de um possível recuo nas tarifas impostas por Trump, e que os efeitos econômicos seriam limitados mesmo com a implementação da tarifa de 50% a produtos brasileiros a partir de agosto.
Além disso, investidores acompanharam as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que prometeu uma resposta a Trump no momento oportuno e anunciou a intenção de cobrar impostos de empresas digitais americanas. Lula fará um pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão hoje, às 20h30, o que pode aumentar as tensões entre Brasil e Estados Unidos, segundo Miraglia, que alerta para o risco de sanções mais severas por parte de Trump caso a situação se agrave.