O dólar registrou uma alta significativa no mercado brasileiro nesta quarta-feira, 9 de agosto, após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar tarifas de 50% sobre produtos brasileiros. A declaração foi feita no final da tarde, levando investidores a buscarem posições cambiais defensivas. Com o mercado à vista já fechado, a cotação do dólar futuro para agosto atingiu R$ 5,63, enquanto os ativos domésticos enfrentaram deterioração.
O dólar à vista encerrou o dia em R$ 5,5024, marcando uma alta de 1,04% e o maior fechamento desde 25 de junho, quando estava em R$ 5,5551. A liquidez foi afetada devido ao feriado no estado de São Paulo. Com a alta de hoje, a moeda americana acumula um aumento de 1,43% na semana e de 1,26% nos primeiros sete pregões de julho, após uma desvalorização de 12,07% no primeiro semestre. No ano, o dólar recua 10,97% em relação ao real.
Além do aumento das tarifas ao Brasil, Trump também anunciou uma nova rodada de tarifas para diversos países, incluindo Argélia e Filipinas, com início em 1º de agosto. Nos últimos dias, o presidente enviou cartas informando sobre taxas de importação para mais de 14 países, com foco em Japão e Coreia do Sul. As negociações comerciais com a União Europeia e a Índia também estão gerando expectativas no mercado.
Apesar das incertezas e potenciais impactos inflacionários decorrentes das tarifas, a ata do encontro do Federal Reserve (Fed) em junho, divulgada hoje, não diminuiu as expectativas de cortes de juros nos EUA. O documento indica que a maioria dos dirigentes do Fed considera apropriado um afrouxamento da política monetária ainda este ano, com dois membros abertos a uma redução já neste mês.