O dólar à vista registrou uma alta de 2,10% nesta quinta-feira (10), alcançando R$ 5,619 na venda, em resposta à recente imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O anúncio, que elevou as tensões no mercado, ocorre em um contexto de aversão dos investidores à moeda brasileira, após o dólar ter fechado a quarta-feira com uma valorização de 1,05%.
Além do impacto imediato nas cotações, o mercado financeiro aguarda um leilão do Banco Central, que irá oferecer até 35.000 contratos de swap cambial tradicional, visando a rolagem de vencimentos. O contrato futuro de dólar na B3 também apresentou alta, subindo 0,33% e atingindo R$ 5,630.
A decisão de Trump surpreendeu analistas, uma vez que o Brasil estava inicialmente listado com uma tarifa de 10% e estava em negociações para evitar um aumento. A Hike Capital alertou que a aplicação das novas tarifas pode impactar a inflação e os juros no Brasil, uma vez que produtos como petróleo, carnes e café são os principais itens exportados para os EUA.
Enquanto isso, o governo brasileiro tenta manter um decreto que aumentou as alíquotas do IOF, essencial para o equilíbrio fiscal. O ministro Fernando Haddad se reuniu com senadores para discutir a medida, mas sem chegar a um consenso. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) também apresentou uma leve alta de 0,24% em junho, reforçando as preocupações com a inflação no país.