O dólar apresentou uma queda significativa em relação ao real na tarde desta quarta-feira, 23, fechando a R$ 5,5230, o menor valor desde 9 de julho de 2021. A desvalorização da moeda americana ocorre em meio a um aumento do apetite por risco global, impulsionado pela expectativa de novos acordos comerciais dos Estados Unidos, especialmente após o entendimento com o Japão e negociações com a União Europeia.
Após atingir uma máxima de R$ 5,5782 pela manhã, a moeda americana renovou sucessivas mínimas durante a tarde, refletindo um clima otimista no mercado. O economista Gustavo Rostelato, da Armor Capital, destacou que o acordo com o Japão sinaliza a possibilidade de negociações bem-sucedidas com outros países, o que pode beneficiar ainda mais o mercado.
A queda do dólar também foi acentuada pelo enfraquecimento da moeda em relação a outras divisas fortes, como evidenciado pelo índice DXY, que atingiu mínimas no período. A secretária de Imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, mencionou que os EUA têm mais acordos comerciais a serem anunciados, o que pode continuar a influenciar o mercado.
Além disso, o economista sênior do Inter, André Valério, observou que a busca por ativos de risco está favorecendo moedas emergentes, como o real. A expectativa de que o Comitê de Política Monetária (Copom) mantenha a taxa Selic em 15% por um período prolongado também contribui para a valorização da moeda brasileira, mesmo em um cenário de baixa liquidez nos ativos domésticos devido ao recesso em Brasília.