O dólar apresentou queda nesta segunda-feira, 21, refletindo incertezas em torno das tarifas comerciais e a pressão da Casa Branca sobre o Federal Reserve (Fed). A moeda americana desvalorizou-se 0,64% no índice DXY, que mede seu desempenho frente a uma cesta de seis moedas fortes, fechando a 97,853 pontos. Às 16h50 (horário de Brasília), o euro era cotado a US$ 1,1696 e a libra a US$ 1,3488, enquanto o dólar cedia a 147,30 ienes.
A desvalorização do dólar ocorre em um contexto de instabilidade política no Japão, onde o primeiro-ministro Shigeru Ishiba anunciou que permanecerá no cargo, apesar da derrota de seu partido nas eleições para a Câmara Alta. Essa situação é vista como um desafio para Ishiba, que se posiciona como defensor da austeridade fiscal e enfrenta pressões tarifárias dos Estados Unidos.
O secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, destacou que as negociações comerciais estão progredindo, mas enfatizou a importância da qualidade dos acordos. Ele também comentou sobre a possível demissão do presidente do Fed, Jerome Powell, ressaltando que a decisão final cabe ao presidente Donald Trump. Analistas alertam que tal demissão poderia comprometer a independência do Banco Central dos EUA e impactar o mercado financeiro.
A consultoria Capital Economics prevê que as tarifas manterão o Fed em uma postura cautelosa até 2026, o que pode resultar em uma recuperação gradual do dólar nos próximos meses. No entanto, essa expectativa está sujeita às decisões da administração americana, conforme alertam os especialistas.