Dois policiais militares foram detidos em flagrante por homicídio doloso após a morte de Igor Oliveira de Moraes Santos, de 24 anos, durante uma operação da Polícia Militar em Paraisópolis, zona sul de São Paulo, na última quinta-feira (10). Imagens de câmeras corporais revelaram que o jovem foi baleado mesmo após se render, com as mãos na cabeça, segundo informações da corporação.
O coronel Emerson Massera, chefe da comunicação da PM de São Paulo, afirmou que os policiais estavam cientes de que estavam cometendo erros. Ele enfatizou que a corporação oferece treinamento contínuo e que a morte de Igor não se enquadra nas excludentes de ilicitude. A tecnologia das câmeras corporais foi crucial para registrar o incidente, que ocorreu durante uma operação desencadeada após denúncias de tráfico de drogas na região.
A morte de Igor gerou revolta entre os moradores de Paraisópolis, que realizaram protestos, resultando em confrontos com a polícia. Durante os distúrbios, um policial da Rota foi baleado e um homem, identificado como Bruno Leite, foi morto em confronto com os agentes. Para controlar a situação, cerca de 300 policiais foram mobilizados, incluindo efetivos da Rota e do Comando de Operações Especiais.
Um inquérito policial militar foi aberto para investigar os acontecimentos. O ouvidor das polícias de São Paulo, Mauro Caseri, defendeu a ampliação do uso de câmeras corporais e a necessidade de discutir as condições de trabalho dos policiais. Em 2024, mais de 800 pessoas morreram em operações da PM no estado, um aumento de 63% em relação ao ano anterior, o que Caseri classificou como inaceitável e pediu a participação da sociedade na discussão sobre segurança pública.