Registros federais relacionados ao assassinato do reverendo Martin Luther King Jr., ocorrido em 4 de abril de 1968, foram divulgados nesta segunda-feira, 21 de agosto, após uma ordem do ex-presidente Donald Trump que permitiu a liberação de documentos confidenciais sobre o caso. A decisão segue a liberação anterior de milhares de arquivos sobre o assassinato do presidente John F. Kennedy, em 1963.
Em janeiro de 2023, Trump determinou que a diretora de Inteligência Nacional, Tulsi Gabbard, e a procuradora-geral, Pam Bondi, coordenassem a análise dos registros sobre os assassinatos de King e do senador Robert F. Kennedy, que também ocorreu há mais de cinco décadas. Aproximadamente 10 mil páginas de documentos sobre RFK foram liberadas em abril deste ano.
A Conferência de Liderança Cristã do Sul, que King liderava, expressou oposição à divulgação dos registros, citando preocupações com a privacidade. A família de King, que foi notificada sobre a liberação dos arquivos, pediu que a análise dos documentos seja feita com empatia e respeito, ressaltando a natureza pessoal do assunto. Os filhos de King, Martin III e Bernice, destacaram a importância de contextualizar as informações dentro da história do movimento pelos direitos civis.
O assassinato de King ocorreu enquanto ele apoiava uma greve de trabalhadores do setor de saneamento em Memphis. James Earl Ray foi condenado pelo crime, mas sempre manteve sua inocência. Documentos anteriores do FBI revelaram uma vigilância intensa sobre King, incluindo grampos telefônicos e escutas em seus quartos de hotel, o que levanta questões sobre a invasão de privacidade e a desinformação direcionada ao líder dos direitos civis.