O documentário "Yõg ãtak: Meu Pai, Kaiowá" estreia nos cinemas nesta quinta-feira (10) e narra a história de Sueli e Maiza, da etnia Tikmũ’ũn, que buscam por seu pai, Luís, da etnia Guarani-Kaiowá, após mais de 40 anos de separação. A separação ocorreu durante a ditadura militar no Brasil, quando indígenas eram deslocados de suas terras para trabalhos forçados e ocupação de territórios.
O filme destaca a luta dos povos indígenas, que enfrentaram não apenas o deslocamento forçado, mas também a precarização de seus territórios e a redução populacional. A narrativa conecta as histórias dos Tikmũ’ũn, do nordeste de Minas Gerais, e dos Guarani-Kaiowá, do sul de Mato Grosso do Sul, revelando o impacto histórico da política indigenista do regime militar.
Luís foi levado para Minas Gerais por agentes da Fundação Nacional do Índio (Funai) e, após anos de separação, Sueli e Maiza conseguiram reencontrá-lo por meio de redes sociais. O contato inicial com primas que moram perto de Dourados trouxe esperança e a possibilidade de um reencontro. O antropólogo Roberto Romero, codiretor do documentário, destaca a importância do filme, que retrata não apenas a busca familiar, mas também a resiliência cultural dos povos indígenas.
"No filme, há o encontro dela com o pai, um sonho realizado que revela a força da memória e da identidade", afirmou Romero. O documentário é uma contribuição significativa para a visibilidade das histórias indígenas e suas lutas por reconhecimento e justiça.