Gravações reveladas na reportagem do programa Fantástico, da TV Globo, exibida no último domingo (13), expõem uma intensa divisão interna na facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). De um lado, Marcos William Camacho, conhecido como Marcola, é acusado por Abel Pacheco, o Vida Loka, e Roberto Soriano, apelidado de Tiriça, de traição e covardia. Os depoimentos dos integrantes do PCC foram utilizados durante o julgamento de Soriano, que cumpre pena de 44 anos e oito meses pela morte de um agente penitenciário em 2016.
Durante a reportagem, trechos de um áudio atribuído a Marcola foram divulgados, onde ele faz referência a Tiriça e discute sua postura em relação a assassinatos de agentes penitenciários. Marcola, em conversa com um chefe de segurança da Penitenciária Federal de Segurança Máxima em Porto Velho, afirma que não faz parte de sua política matar agentes, embora reconheça ter cometido assassinatos em outras circunstâncias. O áudio foi utilizado como evidência no julgamento de Roberto Soriano, que se defendeu alegando desconhecimento sobre as ações de seus comparsas.
Vida Loka, durante seu depoimento, não poupou críticas a Marcola, chamando-o de fraco e covarde, e afirmou que ele foi excluído do mundo do crime por sua postura. Tiriça também se juntou às críticas, questionando a credibilidade de Marcola. Em outra gravação, Marcola menciona um ex-diretor de presídio que o apoiava, revelando uma suposta relação de colaboração entre eles, o que gerou indignação entre seus rivais. A Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo foi contatada, mas não se manifestou até o fechamento desta matéria.