Uma pesquisa do Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI) revelou que a diversificação e intensificação de espécies vegetais podem mais que dobrar a taxa de fixação de carbono no solo. O estudo, conduzido ao longo dos últimos dois anos, demonstra que essa prática não apenas contribui para a captura de dióxido de carbono (CO2), mas também oferece benefícios duradouros para a produção agrícola.
Liderado por Cimélio Bayer, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o projeto investiga os efeitos do manejo do solo na captura de carbono. Bayer e sua equipe fazem parte do projeto que visa melhorar o manejo da pastagem como uma solução baseada na natureza para o sequestro de carbono no Brasil, coordenado por professores da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq-USP).
Os resultados mostraram que em áreas antes dedicadas a monoculturas, como soja e algodão, a diversificação das espécies levou a um aumento significativo na fixação de carbono, atingindo valores superiores a 0,6 tonelada por hectare/ano. A pesquisa também indica que a capacidade de sequestro de carbono se mantém por até 40 anos, desafiando a ideia de que o acúmulo de CO2 no solo se limita a um período de 20 anos.
Atualmente, os pesquisadores estão avaliando como o acúmulo de carbono influencia a produtividade agrícola, analisando a retenção de água e a disponibilidade de nutrientes, além de investigar a contribuição das partes aéreas e raízes das plantas na fixação de carbono. Este estudo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, especialmente no que diz respeito à ação contra a mudança climática.