A Johanna Foods, uma distribuidora de suco de laranja com sede em Nova Jersey, entrou com uma ação judicial contra a decisão do ex-presidente Donald Trump de impor uma tarifa de 50% sobre sucos de laranja importados do Brasil, que deve entrar em vigor no próximo mês. A empresa argumenta que as justificativas apresentadas por Trump, que incluem apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro, não constituem ameaças extraordinárias que justifiquem o uso de poderes de emergência para contornar o Congresso.
A ação, protocolada no Tribunal de Comércio Internacional dos EUA na última sexta-feira (18), destaca que a tarifa pode resultar em um aumento de custos de US$ 68 milhões para a Johanna Foods nos próximos 12 meses, elevando os preços de varejo entre 20% e 25%. O Brasil é responsável por mais da metade do suco de laranja vendido nos Estados Unidos, tornando a medida potencialmente prejudicial para os consumidores e para a empresa.
O governo Trump, por meio do porta-voz Kush Desai, defendeu a legalidade das tarifas, afirmando que são necessárias para proteger os trabalhadores americanos e a segurança nacional. A Johanna Foods, no entanto, contesta que a carta de Trump, datada de 9 de julho, que anunciou a tarifa, não é uma ordem executiva formal e não declarou uma emergência nacional, caracterizando-se como uma resposta a questões de longa data, em vez de uma ameaça econômica emergente.
O processo da Johanna Foods se soma a uma série de desafios legais às políticas tarifárias de Trump, que incluem uma investigação sobre o uso de tarifas internacionais para influenciar a Justiça brasileira. A decisão do tribunal federal de recursos, que permitiu a aplicação das tarifas, será analisada em uma audiência programada para o final deste mês.