Os data centers, fundamentais para a infraestrutura da Inteligência Artificial (IA), estão no centro de uma crescente disputa geopolítica entre Estados Unidos e China. No dia 11 de junho, o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou um acordo com a China que permitirá a entrada de estudantes chineses em universidades americanas em troca do fornecimento de minerais de terras raras. A medida visa reduzir a dependência dos EUA em relação a esses recursos, essenciais para a tecnologia de ponta.
A iniciativa surge em um contexto de pressão sobre a Ucrânia, onde Trump instou o país a assinar um acordo que garantiria aos EUA acesso preferencial a contratos de fornecimento de minerais críticos. Ele alertou que, caso o acordo não fosse firmado, o apoio dos Estados Unidos à Ucrânia na guerra contra a Rússia seria reconsiderado. Essa estratégia reflete a importância dos minerais raros, que são cruciais para a fabricação de equipamentos eletrônicos e para o funcionamento dos data centers.
Os data centers, considerados a espinha dorsal das tecnologias digitais, somam cerca de 12 mil unidades em operação globalmente, com 992 delas classificadas como de hiperescala. A produção desses centros exige uma variedade de minerais, como gálio, germânio e tântalo, que são frequentemente extraídos em regiões do Sul Global. A demanda por esses materiais é exacerbada pelo curto ciclo de vida dos equipamentos eletrônicos, que são substituídos a cada dois a cinco anos, gerando preocupações ambientais e aumentando a pressão sobre os ecossistemas.
A crescente competição por minerais críticos tem intensificado as tensões entre os EUA e a China, com os chineses dominando a extração e o refino de materiais essenciais para a IA, enquanto os Estados Unidos buscam alternativas para garantir sua segurança mineral e tecnológica.