A imposição de tarifas comerciais pelos Estados Unidos reacendeu a disputa pelo comando da direita brasileira, em meio à inelegibilidade de Jair Bolsonaro até 2030. A taxação de produtos brasileiros, anunciada por Donald Trump, gerou divisões entre diferentes alas bolsonaristas, que buscam definir seus rumos para as eleições presidenciais de 2026.
Lideranças do Centrão pressionam o ex-presidente para que Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, seja anunciado como pré-candidato, argumentando que sua liderança é essencial para dialogar com setores econômicos e internacionais. A medida americana, que entra em vigor em 1º de agosto, preocupa setores como agronegócio e siderurgia, e a escolha de Tarcísio é vista como uma estratégia para mitigar os impactos negativos.
Por outro lado, bolsonaristas mais radicais defendem que a candidatura deve ser de um membro da família Bolsonaro, como Michelle ou Eduardo, para preservar a “pureza” do projeto original. Eles criticam Tarcísio por seus laços com o Centrão e seu discurso moderado, argumentando que a tarifa imposta é uma retaliação política ao Supremo Tribunal Federal.
Enquanto isso, o governador Ronaldo Caiado, pré-candidato pelo União Brasil, propõe a criação de uma frente parlamentar para negociar com os Estados Unidos, buscando se posicionar como uma alternativa viável. A indefinição sobre o candidato da direita pressiona Jair Bolsonaro, que teme a fragmentação do campo conservador caso o sucessor não seja definido em tempo hábil.