Uma intensa disputa pelo mercado automotivo brasileiro se intensificou entre a fabricante chinesa BYD e as montadoras tradicionais Toyota, General Motors, Volkswagen e Stellantis. Representadas pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), essas empresas enviaram uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, alertando sobre os riscos de investimentos e empregos caso o governo aceite o pedido da BYD para reduzir temporariamente as tarifas de importação de veículos elétricos desmontados.
Na carta, divulgada pelo presidente da Volkswagen, Ciro Possobom, as montadoras afirmam que a importação de peças não representaria uma transição para um novo modelo industrial, mas sim a consolidação de um padrão que poderia prejudicar a produção nacional. As empresas destacaram um plano de investimento de R$ 180 bilhões nos próximos anos, que estaria em risco com a aprovação do incentivo à importação de veículos desmontados.
Em resposta, a BYD classificou a posição da Anfavea como uma reação contra a inovação e a abertura do mercado. A empresa argumentou que sua solicitação de redução de impostos é uma prática comum entre montadoras que buscam nacionalizar a produção. O Comitê-Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Camex) se reunirá para discutir os pleitos das montadoras, que desejam antecipar a elevação das tarifas de importação para 2026, enquanto a BYD busca um prazo maior para se estabelecer no Brasil.