A diretora executiva da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA), Raquel Martí, expressou nesta quinta-feira (10) sua preocupação com os planos de Israel para a expulsão da população palestina, que ela descreveu como uma possível transferência para um "campo de concentração". A declaração foi feita durante uma reunião em Oviedo, na Espanha, com autoridades regionais das Astúrias, onde Martí enfatizou a necessidade de apoio político contínuo à UNRWA.
Os comentários de Martí surgem em resposta a uma recente declaração do ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, que anunciou a intenção de criar uma nova "cidade humanitária" em Rafah, destinada a concentrar a população da Faixa de Gaza. O ministro afirmou que os palestinos teriam a opção de "emigrar voluntariamente" para outros países, uma sugestão que remete a declarações anteriores do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Martí alertou que as ações de Israel em Gaza estão violando normas e princípios éticos estabelecidos desde a Segunda Guerra Mundial, e que, se não forem contidas, podem inspirar situações semelhantes em outras partes do mundo. Ela classificou a situação em Gaza como sem precedentes na história moderna e denunciou a criminalização da UNRWA por parte de Israel, o que dificulta o trabalho da agência na região. A diretora reforçou a importância do multilateralismo em um momento de crise global.