A diretora-executiva do Centro de Comércio Internacional da ONU, Pamela Coke-Hamilton, manifestou sua desaprovação em relação à decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de adiar a implementação de novas tarifas comerciais. A crítica foi feita durante uma coletiva de imprensa em Genebra, na terça-feira, 8 de julho de 2025, onde a executiva destacou que essa medida aumenta a incerteza e a instabilidade da economia global.
Trump anunciou na segunda-feira, 7 de julho, que a partir de 1º de agosto, 14 países enfrentarão tarifas elevadas, variando entre 20% e 40% sobre suas importações. Essa decisão representa uma nova fase na guerra comercial iniciada pelo presidente em abril e, segundo Pamela, compromete contratos de longo prazo e dificulta o planejamento empresarial.
Ela exemplificou a situação com o caso de Lesoto, na África Austral, onde empresas do setor têxtil suspenderam investimentos em função da incerteza tarifária. A diretora ressaltou que a combinação de incerteza comercial com cortes na ajuda ao desenvolvimento gera um "choque duplo" para os países em desenvolvimento, que já enfrentam dificuldades econômicas.
Ainda não há informações sobre como os 14 países afetados reagirão à nova política tarifária, nem sobre o impacto total no comércio global. Entretanto, as novas tarifas podem levar a retaliações comerciais, e os mercados financeiros, que já estão sob pressão desde abril, devem continuar a enfrentar desafios. O Secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, anunciou que mais informações sobre acordos comerciais serão divulgadas nos próximos dias.