Diplomatas brasileiros manifestaram, nesta terça-feira (29), a importância de um planejamento prévio para um possível telefonema entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A preocupação surge após episódios recentes em que Trump não se preparou adequadamente para conversas com líderes internacionais, como os presidentes da Ucrânia e da África do Sul. A falta de um roteiro claro pode resultar em mal-entendidos e improvisos indesejados.
Integrantes da comitiva de senadores brasileiros em Washington têm defendido a ligação, ressaltando a necessidade de um alinhamento prévio entre as equipes do Palácio do Planalto e da Casa Branca. Diplomatas alertam que, sem essa preparação, o encontro pode não atender às expectativas e comprometer as negociações comerciais em andamento, especialmente em relação às tarifas impostas por Trump sobre produtos brasileiros.
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, que se encontra em Nova York, já sinalizou a autoridades americanas sua disposição para negociar tarifas, desde que haja um convite formal para uma reunião em Washington. Apesar da falta de confirmação oficial sobre uma agenda, as conversas continuam nos bastidores, com o Brasil reafirmando sua posição de negociar questões comerciais, mas sem abrir mão de sua soberania.
Desde a imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, o governo Lula tem buscado um diálogo construtivo com os Estados Unidos, enfatizando que a soberania do país e o estado democrático de direito são inegociáveis. O Brasil já participou de diversas rodadas de negociações, mas ainda não alcançou um consenso com as autoridades americanas.