A ex-presidente Dilma Rousseff, atual chefe do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), afirmou neste sábado (5) que a instituição financeira busca ampliar o financiamento em moedas locais, visando reduzir a volatilidade dos juros e do câmbio. A declaração foi feita durante a 10ª reunião anual do NBD, realizada no Rio de Janeiro, onde Dilma enfatizou a importância de garantir investimentos com o menor risco possível para o setor privado.
Dilma ressaltou que o uso de moedas locais é fundamental para cumprir as metas do banco, que já financiou 122 projetos desde sua criação em 2014, totalizando US$ 40 bilhões. Ela também anunciou a aprovação da entrada do Uzbequistão e da Colômbia como novos integrantes do NBD, destacando a expansão do bloco como uma de suas prioridades.
Além disso, a ex-presidente comentou sobre a resistência à desdolarização do mercado global, afirmando que, apesar do aumento do uso de moedas locais nas transações entre os países do Brics, o dólar ainda permanece como um ativo de reserva de valor. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também defendeu a ampliação do comércio em outras moedas durante a reunião, embora a criação de uma nova moeda para o bloco enfrente desafios internos e externos, incluindo a oposição dos Estados Unidos.
Atualmente, o NBD conta com os países fundadores do Brics: Brasil, China, Rússia, Índia e África do Sul, além de cinco países associados. No Brasil, foram realizados 29 projetos com um custo total de US$ 7 bilhões, dos quais US$ 4 bilhões já foram desembolsados.