A presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), Dilma Rousseff, defendeu nesta quarta-feira (9) a ampliação do uso de moedas locais em financiamentos realizados entre os países do Brics. A declaração foi feita durante o seminário 'A Transição Energética e a Sustentabilidade do Futuro', na sede do BNDES, no Rio de Janeiro. Rousseff destacou que essa prática pode facilitar o acesso ao financiamento e promover o desenvolvimento sustentável nas economias emergentes.
Dilma ressaltou que os países em desenvolvimento enfrentam dificuldades no acesso a recursos financeiros e que o NDB, criado para mobilizar investimentos em infraestrutura e desenvolvimento sustentável, busca mitigar esses desafios. Segundo ela, a utilização de moedas locais em vez de moedas fortes como o dólar ou euro pode resultar em taxas de juros mais baixas e maior segurança nas transações, reduzindo a volatilidade cambial.
Atualmente, cerca de 25% da carteira do NDB está denominada em moedas locais, com a meta de alcançar 30% até 2026. A presidente do banco destacou que essa abordagem ajuda a proteger os países contra riscos cambiais, especialmente em projetos de longo prazo, como hidrelétricas. Desde sua criação em 2014, o NDB aprovou 122 projetos, totalizando cerca de US$ 40 bilhões, sendo US$ 7 bilhões destinados ao Brasil, que representa 18% do total desembolsado pelo banco.